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Charles Kushner, 70 anos, novo embaixador dos EUA em Paris: de ex-condenado na Justiça a titular de um cargo que já foi de Benjamin Franklin (Foto: @NJ.com) (Foto: @NJ.com)

O novo embaixador dos EUA na França durante o novo governo Trump é um ex-presidiário que foi condenado à prisão por evasão fiscal, por mentir à Comissão Eleitoral Federal negando ter feito contribuições ilegais à campanha de Trump em 2016 e por ameaçar uma testemunha que estava colaborando com as autoridades.

Ele admitiu ser culpado por essas acusações e também pro ter contratado uma prostituta para seduzir seu próprio cunhado — testemunha na investigação do caso das contribuições ilegais –, filmando o encontro dos dois e enviando o vídeo para a esposa, sua irmã.

O escroque em questão é o multimilionário do setor de imóveis Charles Kushner, que por acaso é pai do genro de Trump, Jared Kushner, casado com sua filha Ivanka e pai de três de seus netos.

Depois de cumprir dois anos de cadeia, ele foi beneficiado pelo perdão presidencial decretado por Trump para vários colaboradores no final de seu governo, em 2020, e deixou a prisão. Na campanha eleitoral deste ano, Kushner foi um dos maiores financiadores de Trump.

Como embaixador, Charles Kushner vai viver numa imensa mansão [foto pripncipal do post] de três andares e dezenas de salões e quartos construída entre 1852 and 1855 para uma rica herdeira americana de New Orleans,  Micaela Almonester de Pontalba, viúva de um barão francês. Com sua morte, os filhos venderam o palácio para o multimilionário Edmond de Rothschild, cabeça do império bancário Rothschild na França.

Durante a II Guerra Mundial, os nazistas que ocuparam Paris utilizaram a mansão como um clube de oficiais. No pós-guerra, os EUA compraram a propriedade e ali instalaram o serviço de divulgação oficial U. S. Information Service. Um detalhe interessante é que ali trabalharam altos funcionários que implantaram o famoso Plano Marshall de reconstrução da Europa.

A residência passou por um profundo processo de restauração a partir de 1966 e desde então uma série de móveis, obras de arte e outras peças originais foram adquiridas pelo governo americano ou por meio de leilões ou recebidas como doações pela família Rothschild.

A casa do embaixador ex-presidiário fica na requintada Rue du Faubourg Saint-Honoré, a mesma rua em que está o Palácio do Eliseu, sede da Presidência da França.

Trump parece o tempo todo estar zombando de seus críticos nas escolhas que faz para seu futuro governo, já repleto de indicados oriundos da emissora de TV de extrema-direita Fox News e de pessoas consideradas sem qualificação para os cargos que irão ocupar. No caso específico do embaixador na França, o escroque perdoado – e membro da família de Trump – exercerá um cargo que já foi ocupado por vários Pais Fundadores dos EUA, a começar pelo primeiro embaixador na França, Benjamin Franklin, e por três ex-presidentes, entre eles Thomas Jefferson.

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